terça-feira, 4 de agosto de 2015

“ATRAÇÃO ESPIRITUAL”

De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” (Jr 31:3)

Assim inicia-se certo cântico: “A minha alma estava longe do caminho de Deus, Eu era cego e desprezível, pecador, Mas Jesus transformou minhas trevas em luz, Quando ele estendeu sua mão para mim...”.

De fato, “o Calvário é a grande prova de que nenhum homem pode fazer alguma coisa no sentido de merecer a salvação. Do princípio ao fim ela é obra de Deus”. Não fomos nós que estendemos a mão para Jesus a fim de sermos salvos, mas Ele estendeu sua mão para nós a fim de nos salvar.
Está escrito: “Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR? Viu que não havia ajudador algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve.” (Is 53:1, 59:16) “...Merecemos a condenação, mas Ele nos justificou, merecemos o inferno, mas Ele nos livrou. Graça, absolutamente graça! (Tomaz Germanovix)
Como o próprio tema nos sugere, “atração espiritual” é algo realizado por Deus, e qualquer ação correspondentemente positiva por parte do homem, no âmbito espiritual, deve-se inteiramente à graça divina, “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11:36)
C.S.Lewis foi muito enfático em sua consideração ao expressar-se: “Agnósticos amáveis falarão alegremente de como o homem procura a Deus. Para mim, eles podem também falar sobre como o rato procura o gato...Deus encostou-me na parede”.
Estávamos perdidos, foi Ele quem nos encontrou (Ex 3:18), foi o Senhor pelo Seu divino poder “que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,” (II Tm 1:9) De fato, se o Senhor não nos atraísse a Ele mesmo, não teríamos o mínimo interesse Nele, e não desejaríamos buscá-Lo voluntariamente. Assim nos diz a Sua Palavra: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” (I Jo 4:19)
Ora, “a capacidade de amar nos é concedida pelo amor de Deus derramado em nossos corações”, conforme podemos certificar-nos lendo II Corintios 5:14, Gálatas 5:22 e Romanos 5:5. “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. Mas o fruto do Espírito é: amor,... Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” É o amor de Deus a causa primária de nossa atração a Ele, e a força motriz que nos constrange a viver para Ele. Fomos atraídos pelo Senhor com laços de amor, e uma vez enlaçados, ninguém poderá desatá-lo, pois assim cremos nas Escrituras que diz: “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para dar-lhes de comer.” (Os 11:4) Foi considerando este amor benigno, eterno, imutável, soberano, que o apóstolo Paulo exclamou: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Rm 8:35-39)
Oh, amor santo, veraz, paternal. Amor bendito que sana todo mal. Viva Fonte de amor inesgotável, sem fim: amor que estende ao mundo e alcança a mim!
Irmãos e irmãs, vocês já foram atraídos por este amor constrangedor? Pois saibam, se foram chamados pela gloriosa graça de Deus, se foram salvos por essa soberana graça em Cristo Jesus, então é porque vocês foram atraídos com amor eterno e serão eternamente constrangidos a viverem para a glória de Deus, pois o amor de Cristo para os Seus, é sempre contínuo, sempre presente, sempre permanente, sempre ativador. Certo cristão disse com razão: “Se um dia Jesus me fez Seu, para sempre Jesus é meu”. Nós, os cristãos, somos presentes de Deus Pai ao Filho do Seu amor. Foi assim que nosso Senhor expressou-se a esse respeito: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” (Jo 6:37)
Somos presentes do amor do Pai para a satisfação de Seu Filho Jesus Cristo. À parte da revelação divina, ninguém poderá de si mesmo ir a Cristo, porquanto está escrito: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.” (Jo 6:44-45)
Pensar nesta relação divina nos enche de gozo. Saber que em nós não havia mérito algum, nenhum requisito positivo que nos recomendassem diante do Senhor (senão, somente negativos), não obstante, Ele nos amou, Ele nos salvou, Ele nos conquistou. Dentro do Seu propósito eterno, Deus “nos abençoou com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” (Ef 1:3-4)
Então pelo ato gracioso do Pai, Ele nos revelou pelo Seu Espírito a primazia do Seu Filho, conforme podemos ler em São Mateus 16:17. “Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas (e esta bem-aventurança aplica-se igualmente a cada regenerado), porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus.” Os irmãos percebem que conhecer a Cristo é assunto de revelação do Deus Pai? Então quando o Espírito Santo nos revelou que Cristo é a plena suficiência de Deus, percebemos que não podíamos conhecer o Pai à parte do Filho, porquanto Ele é a exata expressão do Deus Altíssimo. “Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” (Mt 11:27)
Irmãos, disto depreendemos que é o Pai quem nos revela o Filho, e o Filho quem nos revela o Pai, e tudo pelo Seu Espírito. Sem esta revelação exclusiva através do Espírito Santo, estaríamos eternamente perdidos, pois foi Ele quem nos deu vida estando nós mortos em nossos delitos e pecados. Reconhecermos a Cristo como nosso Senhor e Salvador é obra divina do Espírito Santo. “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” (Jo 16:8-9,14-15)
Que caiam por terra toda a presunção humana que supõe que é da competência do homem, pelo seu “livre arbítrio”, qualquer decisão de escolha e/ou rejeição de sua salvação. Todos os seres humanos vêm a este mundo, mortos espiritualmente - isto todos precisam saber -, totalmente depravados, a caminho do inferno e, graças a Deus, O Senhor, segundo o Seu amor eletivo, pela sua misericordiosa graça levantam alguns dentre os mortos para a vida eterna. Isto não anula a responsabilidade humana, indubitavelmente - todos precisam buscar refúgio em Cristo -, mas confere toda glória a Deus, visto que Ele é o Autor da nossa salvação.
As Escrituras Sagradas nos mostram que fomos atraídos por Cristo no ato de Sua crucificação, conforme o evangelho de João 12:32. “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” Crucificados juntamente com Ele, fomos mortos e sepultados para a velha vida adâmica do pecado. “sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado.” (Rm 6:6-7) Mas, bendito seja Deus, nosso Senhor foi ressuscitado “e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus;” (Ef 2:6) Agora Nele vivemos e temos a Sua promessa infalível e irrevogável de nossa redenção final. “Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.” (Fp 3:20-21)
Irmãos e irmãs, antes de encerrarmos esta reflexão, gostaria de dizer-vos algo ainda, também de muita importância. Cristo é o anelo do Pai e fora Dele (digo com reverência), O Deus três vezes Santo não pode receber ninguém para junto de Si. Por mais duro que isso possa parecer, se alguém não tem o Filho de Deus, tampouco terá o Pai e Seu Espírito, e estará definitivamente perdido. E agora, dirijo-me aqueles que ainda não receberam a Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas: Se vocês não nascerem de novo, se não sujeitarem-se à soberania de Cristo para que sejam salvos e manterem-se rebeldes contra Cristo, terão convosco esse pecado imperdoável e serão eternamente banidos da face de Sua glória. Diz-nos o Senhor em Lucas 19:27 : “Quanto, porém, a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e executai-os na minha presença.”
Mesmo sendo puros os nossos motivos, mesmo sendo nobres as nossas intenções, mesmo sendo bem intencionados os nossos propósitos, mesmo sendo sincero os nossos esforços, Deus não nos reconhecerá como Seus filhos, até que recebamos o Seu Filho como a nossa suficiente salvação providenciada por Ele.
“A razão pela qual esperamos o perdão dos pecados, e vida eterna, pela fé no Senhor Jesus, é que Deus assim determinou. Ele jurou por si mesmo no evangelho salvar todos os que confiam no Senhor Jesus de verdade, e Ele nunca fugirá da Sua promessa. Ele tanto se agrada de Seu único Filho, que Ele tem prazer em todo aquele que O segura firme como sua única esperança. O grande Deus, ele mesmo toma conta dele que se apoderou de Seu Filho. Ele obra a salvação em todos os que procuram essa salvação do Redentor que foi morto. Pela honra do Seu Filho, Ele não permitirá que o homem que nele confia seja envergonhado. “Quem crê no Filho tem a vida eterna”, pois o Deus que vive eternamente O tomou para si mesmo, e o fez coparticipante da Sua vida. Se você confiar somente em Jesus, você não precisa temer, pois efetivamente será salvo, tanto agora e no Dia de Seu advento. Quando um homem O toma por Fiador, há um ponto de união entre ele e Deus, e essa união garante bênçãos. A fé nos salva porque nos faz agarrar-nos a Cristo Jesus, e Ele é um com Deus, e isso nos leva a uma conexão com Deus. (C.H.Spurgeon)
Atentemo-nos amados, só há um motivo, só há uma explicação o fato de sermos aceitos por Deus: É estando-nos em Cristo e Cristo em nós. Irmãos e irmãs, vós sabeis qual é o propósito central para o qual Deus entregou o Seu Filho por nós? É para tê-Lo de volta em cada um de nós. A igreja é a noiva do Cordeiro, e foi por ela que Cristo se entregou “para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.” (Ef 5:25-27)
Fomos atraídos pelo Senhor para que Cristo ocupe o lugar de primazia em nós, e esta é a soberana vocação dos eleitos de Deus: “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós;” (Gl 4:19)
Esta é a aspiração de todo filho do Aba. Agostinho de Hipona anelava: “Tu mesmo que incitas ao deleite no teu louvor, porque nos fizeste para ti, e nosso coração está inquieto enquanto não encontrar em ti descanso”.
“O meu amado fala e me diz: Levanta-te, querida minha, formosa minha, e vem.” (Ct 2:10)
“Desde que, pela fé, eu vi a fonte de suprimento que das tuas chagas fluem, o amor redentor tem sido o meu tema, e continuará a sê-lo até que eu morra”. Cristo amou a Sua igreja, como também O ama a cada crente individualmente, e amará até o fim. “Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. (Jo 13:1)
Nós em Cristo e Cristo em nós, isto é fruto do seu amor atrativo e eterno.
“logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”
(Gl 2:20)

“É meu anelo Jesus,
Ser conquistado por Ti.
Atrai-me mais com o Teu amor
E correremos pós Ti.
Beijado sou pelo Pai,
Desfruto Teu forte amor.
O mundo, então, já não me atrai;
Só quero a Ti, meu Senhor.
Jesus, o meu Amado, Me conquistou;
E qual jardim fechado, somente Dele eu sou!
Teu nome! Como esquecer?
É minha satisfação;
Qual derramado unguento em mim,
Ungindo meu coração.
Ó Fonte do meu prazer,
Declaro hoje a Ti:
Sou Teu, Amado, de mais ninguém;
Jesus, eu amo a Ti!”


(Levi Cândido)


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