segunda-feira, 27 de julho de 2015

“A NOVA CRIAÇÃO EM CRISTO”


“ E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” ( 2 Co 5:17)

Como introdução de nosso estudo, quero chamar a atenção de meus irmãos e leitores para fazermos a leitura do verso acima numa outra versão bíblica; trata-se da versão da sociedade bíblica britânica. Ali podemos ler: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criação, passou o que era velho, eis que se fez novo”. Embora o verso supracitado seja bem conhecido no seio da igreja, convido-vos a considerarmos o mesmo à luz de outros versículos, para que obtenhamos uma exegese mais consistente com a revelação bíblica, a fim de compreendermos e assimilarmos o que era do interesse do apóstolo Paulo expressar-se aos irmãos de Corinto, no que se concerne à nova criação em Cristo. Para tanto, dividiremos o verso em três partes às quais seguem-se:

1. “A NOVA CRIAÇÃO EM CRISTO”
2. “PASSOU O QUE ERA VELHO”
3. “EIS QUE SE FEZ NOVO”

Como sempre, se faz necessário recorrermos ao divino Parakletos, rogando a Ele a sua assistência a fim de sermos guiados a toda a verdade, e assim contemplarmos Aquele que é o nosso alvo supremo, Cristo; em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e conhecimento de Deus. “Oh! Bendito Espírito Santo, cumpre o teu ministério de revelar-nos Cristo, e levar-nos após Ele para a glória de Seu precioso nome. Amém!”

Parece-me que nossa maior dificuldade está no fato de compreendermos o que exatamente o apóstolo Paulo queria expressar-se com a colocação: “Se alguém está em Cristo é uma nova criatura (ou criação)”. Chamo a atenção dos meus irmãos para ponderarmos na preposição “em” contida neste verso. Esta preposição ao meu ver sugere algumas possíveis perguntas tais como: “De que modo alguém pode estar em Outro?”;

“O que exatamente o apóstolo Paulo queria expressar-se com a afirmação: “Se alguém esta em Cristo é nova criação”(?);

“Como estar em Cristo?”

Para responder estas e outras possíveis perguntas, recorreremos às Escrituras Sagradas, pois “a Bíblia interpreta a própria Bíblia”. As coisas espirituais devem ser conferidas com as espirituais. “As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” (1 Co 2:13). Após Jesus Cristo ter consumado a sua obra redentora em prol do seu povo, Ele apareceu aos seus discípulos na Galiléia e deu-lhes a seguinte ordem registrada em Mateus 28:18-20. “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”

“Ide... fazei discípulos... batizando-os... ensinando-os...; esta é a grande comissão de Cristo à igreja. O resultado desta comissão é da competência e soberania do Senhor Jesus Cristo. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 16:15,16). Observemos o que nos compete: pregar o evangelho, independente de classes sociais. Sejam brancos ou pretos, sejam ricos ou pobres, sejam grandes ou pequenos, sejam sábios ou leigos, sejam ateus ou devotos, sejam judeus ou gentios.., eles só podem ser salvos pelo evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. O evangelho é definido como se segue em 1ª Co 15:1-4. “Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis.

Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” Nestes versos podemos ver um resumo do evangelho que o apóstolo Paulo recebeu do Senhor e repassou à igreja: morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. “Pregarmos o evangelho consiste em anunciar a morte e ressurreição de Jesus Cristo, porque a boa notícia é fazer saber que esta morte e ressurreição estão associadas à nossa experiência”, disse o irmão Glênio F.Paranaguá. Assim que, estamos “em Cristo” porque fomos colocados nEle para que participássemos de sua morte, a fim de que fôssemos salvos pela sua vida ressurrecta.

De sorte, que não fomos a Ele por iniciativa própria, senão pelo seu amor eterno, pela sua amorável benignidade em nos conquistar para Si. O Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo nos atraiu a si quando foi crucificado. “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.” (Jo 12:32) Este plano redentivo de nosso Senhor já tinha sido claramente profetizado pelos profetas Jeremias e Oséias. “Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor, e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas, e lhes dei mantimento.”(Jr 31:3; Os 11:4). Estes versos nos revelam claramente que fomos unidos a Cristo antes mesmo de nascermos, e foi selado quando cremos no Senhor, pois “o plano e o propósito de Deus em nos salvar são tão eternos como Ele próprio”.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1:3-4) O apóstolo Paulo entendeu claramente que pela graça somos salvos, e isto mediante a fé, independentemente das obras para que ninguém viesse a se gloriar, pelo que referiu-se à aprovação de Deus como fator determinante de sua vocação, e não pela sua iniciativa própria. “Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, Revelar seu Filho em mim,...” (Gl 1:15,16ª ).

Notem meus irmãos; não foi quando Paulo quis, mas “quando aprouve a Deus”, e isto; “desde o ventre de minha mãe”, disse ele. Há um comentário que diz que: “o verdadeiro servo de Deus reconhece sua separação e preservação por Deus, reconhece a chamada de Deus pela graça, e reconhece o prazer divino em manifestar o Senhor Jesus Cristo por seu intermédio como também sua pregação”. Fomos separados para o supremo propósito de Deus em Cristo Jesus. “Se alguém está em Cristo é nova criação...”. Jesus disse a Nicodemos que sem o novo nascimento ninguém pode ver e nem entrar no reino de Deus ( ver Jo 3:1-8), e não pode haver novo nascimento sem a união com Cristo; em sua morte e ressurreição. “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.

Porque, se fomos plantados (outra versão diz “unidos”) juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado.”

(Rm 6:1-7). O verso 4 afirma que fomos participantes da morte com Cristo, enquanto o verso 6 diz-nos que precisamos saber deste fato. Você já tomou conhecimento de que você foi incluído na morte com Cristo?. Os versos 3 e 4 encontram-se no original da Bíblia na voz passiva, indicando que ninguém se batiza em Cristo por si mesmo, senão que fomos batizados nEle em sua morte e ressurreição. (veja o verso 5). Então porque o apóstolo Paulo nos diz em 2 Co 5:17 “Se alguém está em Cristo é nova criação”, e não “Todos estão em Cristo, portanto todos são nova criação!?” Porque a condicional “se alguém está...”? Respondo: porque a frase “..é nova criação..”, trata-se de um novo nascimento, nascimento este de origem espiritual, indicando que do lado divino tudo já está feito, consumado, porém do lado humano nem todos crêem.

Daí lermos em Marcos 16:16: “Quem crer e for batizado será salvo; quem porém, não crer será condenado”. O batismo significa inclusão, união, identificação; em suma; tornar-se um só em Cristo. O batismo simboliza os atos redentores de Cristo; imersão-morte; submersão-sepultamento; emersão-ressurreição. Porém, todos estes atos precisam ser atualizados na vida moral e espiritual do cristão, a fim de se alcançar o objetivo divino que consiste na conformidade à imagem e semelhança do Filho de Deus. Eis porque o apóstolo foi enfático nesta questão da renúncia pessoal. “Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal.” (2 Co 4:10-11).

Alguém disse que “o auto esvaziamento prepara o transbordamento espiritual”. Diz-nos a palavra de Deus: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 2:20). “Cristianismo é Cristo, e Cristo é a revelação absoluta e final de Deus”. O fato de estarmos “em Cristo”, é que fomos tirados de Adão e inseridos no Amado. Não basta estarmos agregados numa denominação protestante, ou em alguma outra religião; para apropriarmos da nova criação, temos que estar “em Cristo”, agregados a Ele. Foi Agostinho quem disse: “O céu tem muitas almas que a igreja não tem; e a igreja tem muitas almas que o céu não tem”. Somente os que estão em Cristo podem viver em novidade de vida. “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram.

E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (Co 5:14-15) E na epístola de Paulo aos Romanos podemos ler sobre a experiência daqueles que crêem nesta obra redentiva de Cristo: “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus” (Rm: 7:4). Alguém já disse que “o cristianismo não é um sistema de doutrina, mas um formador de novas criaturas”. “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura.” (Gl 6:15).

O cristão regenerado por Deus saiu da esfera de Adão e encontra-se num novo solo e num novo clima; tanto o solo como o clima é Cristo. “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.”(Ef 2:4-7). Glória a Deus por esta tão grande salvação!

(Levi Cândido)

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Pregações de Tomaz Germanovix
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