segunda-feira, 27 de julho de 2015

“PASSOU O QUE ERA VELHO”

                                                                                                                                  .
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Se alguém está em Cristo, é uma nova criação; passou o que era velho, eis que se fez novo.       (2ª Corintios 5:17)

Em nosso estudo anterior fizemos algumas considerações a respeito do tema “A NOVA CRIAÇÃO EM CRISTO”. Vimos à luz da Palavra de Deus que fomos enxertados em Cristo, e desse modo fomos participantes de Sua morte e ressurreição, resultando em uma nova criação como disse o apóstolo Paulo no texto supracitado. Agora, podemos ver que esta experiência de nova criação ou novo nascimento traz em si duas realidades que se encontram explícitas em nosso verso em referência. Verifiquemos: “.. passou o que era velho” e “eis que se fez novo”. Estamos em Cristo como já vimos, fomos unidos a Ele pela atração em seu corpo na cruz, no entanto perguntaremos: O que foi desaparecido de nossas vidas? Quais são as coisas que ficaram para trás? O que se tornou novo para nós?

Primeiramente vamos analisar à luz da Palavra de Deus quais foram as coisas que desapareceram e mais adiante veremos as coisas que se fizeram novas. O pastor Antônio Abuchaim cita em um de seus estudos sobre três tendências da natureza pecaminosa na humanidade. Uma é a do velho homem, a outra é a do ego (eu), e a terceira da carne. O velho homem manifesta a sua inclinação para o serviço do pecado, o engano e a falsidade. E o eu, que têm por tendência a exaltação própria. E a palavra de Deus nos acrescenta a tendência da carne: satisfazer os seus anseios desejosos e apaixonados porque a carne está cheia de paixões, desejos, cobiças e concupiscências de toda espécie e sua tendência é satisfazer-se em todos os sentidos. “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” ( Rm 7:18 , 8:5-8 ).

Ora, as coisas velhas eram manifestações do velho homem, porém lendo as Escrituras podemos ver que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo na cruz e suas implicações foram destruídas pela morte. “Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado.” (Rm 6:6-7). Logo, o apóstolo Paulo diz que os trajes velhos devem ser tirados e seus pertences lançados fora, uma vez que estando em Cristo há uma nova criação. “Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas. Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;” (Cl 3:5-10).

Este texto nos mostra que como resultado de nossa união em Cristo, estes vícios devem ser abandonados, pois são incompatíveis com a natureza divina implantada em nós pelo novo nascimento. Aqui não se trata de salvação pelas obras, mas de conseqüência da salvação. Como já disse Paulo O. Kroon, “vida cristã não é lutar por uma posição, mas a partir de uma posição”. Do ponto de vista judicial, “a justiça de Cristo declarada na alta corte de justiça, é nossa absolvição completa e final”. Porém uma vez sendo justificados, estamos inseridos no caminho da santidade cristã que é oposta à dissolução. Daí que os velhos trajes imundos devem ser abandonados para se vestir os novos vestidos brancos de santidade. “E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo, Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus; Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; E vos renoveis no espírito da vossa mente; E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.” (Ef 4:17-24). Notem irmãos, que há um modo incorreto de andar conforme o verso 17, indicado por uma negativa, “não mais andeis como também andam os gentios...”, mostrando em seguida a forma de andar dos mesmos, conforme o verso 17 até o verso 19. Eles andam fora do reino de Deus, praticando as coisas que anteriormente nós praticávamos, porém essas coisas ficaram para trás, ou devem ser despojadas. Uma nova posição requer uma nova conduta, de sorte que em Cristo somos lavados, santificados e justificados. “Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” (I Co 6:9-11). Imaginemos uma pessoa que está devendo perante a justiça, por uma série de crimes, de transgressões contra a lei. A polícia vem com a precatória do juiz, ou um mandato de prisão. Chega à casa deste homem e determina a sua prisão. Sua mulher pergunta:

— Que é que os senhores querem?
— Queremos prender fulano de tal.
— Podem entrar.
— Onde ele está?
— Ele está morto aqui em cima da mesa.
— Ah, ele está morto?
— Não vão levá-lo?
— Se ele está morto, não.

A justiça não quer mais nada com um morto. Se ele estivesse vivo iria para a cadeia, mas morto não tem mais nada que pagar. E a Bíblia fala disto. "Porque aquele que está morto está justificado do pecado." (Rm 6.7.) Se alguém, que tem crimes a pagar, morrer, a lei não tem mais o que fazer dele. Defunto na cadeia ninguém quer. Por isto, então, Jesus entrou por este processo, e fez-nos morrer nele, perante a lei. E nesta bênção gloriosa da cruz, ganhamos uma vitória, não contra a lei, mas contra os crimes que nos condenavam mediante a lei.

A lei é boa; não falamos mal da lei. Se a lei nos pusesse no inferno, estaria fazendo exatamente o que é certo. Mas Jesus matou-nos, e disse:

— Defunto não tem responsabilidade por seus crimes. E assim ele nos justificou. Esta é a glória da cruz de Cristo para nós. (ilustração extraída do livro “vaso nas mãos do oleiro” – Antônio Abuchaim) “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gl 6:14)

Assim como há um modo indigno de andar, há também um modo digno de andar que é imperativo aos cristãos e nós consideraremos detalhadamente no próximo tópico. “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4:1). Assim, o cristão perfeito é aquele que tendo consciência de seus próprios fracassos está decidido a avançar para o alvo confiando somente na graça de Cristo, porque pela graça de Deus somos o que somos, e também por sua graça é que não somos o que não somos. A graça desfaz o que éramos e nos torna o que somos, de modo que avançamos em nossa caminhada de fé em fé, até alcançarmos o alvo que foi a nós proposto pela graça de Deus. “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3:13-14). Esta “soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”, é a conformidade à imagem do Filho de Deus. “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. (Rm 8:19) Que o Senhor nos ajude a vermos que em Cristo há uma nova criação, e as coisas velhas já se passaram, e apareceram coisas novas.

Levi Cândido

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Pregações de Tomaz Germanovix
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